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quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Imperatriz Leopoldina "O pomo está maduro, colhe-o já, senão apodrece". Imperatriz Leopoldina

Pouco sabemos sobre essa mulher, mas Leopoldina pertencia à Casa de Habsburgonobre família e uma das mais antigas dinastias da Europa, a qual reinou sobre a Áustria de 1282 até 1918.
 Consta que tinha uma bela face e era obesa. Também era extraordinariamente culta para sua época, com grande interesse pela botânica. Teve grande influência sobre D Pedro I, por ocasião da Independência do Brasil. 
O historiador Carlos Oberacker, em seu livro "A Imperatriz Leopoldina - Sua Vida e Sua Época", narra que era exímia caçadora e que acompanhou o marido em caçadas na planície de Jacarepaguá durante a lua-de-mel. Ali, na sacristia da Igreja Nossa Senhora da Penha, existe uma cadeirinha, que, segundo a tradição, serviu a Dona Leopoldina. Mais tarde, a cadeirinha foi usada por Teresa Cristina, esposa de Pedro II (1825-1891).
Surgem divergências sobre a causa mortis da primeira imperatriz do Brasil. Para alguns autores, teria falecido em consequência de umasepticemia puerperal,[5] enquanto o Imperador se encontrava no Rio Grande do Sul, aonde fora inspecionar as tropas durante a Guerra da Cisplatina.
No entanto é muito difundida a versão de que Maria Leopoldina teria morrido em consequência das agressões desferidas contra si durante acesso de raiva de seu marido, o imperador, versão essa corroborada por historiadores como Gabriac, Carl Seidler, John Armitage e Isabel Lustosa.O imperador, de gênio volátil, tentou arrastá-la pelo palácio, agredindo-a com palavras e chutes. Acabou por comparecer ao beija-mão acompanhado unicamente pela marquesa de Santos. Há que se ressaltar que não se conhece outra testemunha no momento do fato além dos três, e que as suspeitas sobre as agressões sofridas teriam sido levantadas pelas damas e médicos que ampararam Maria Leopoldina na sequência. Contudo, a realidade dos fatos fora outra:
"Exagerou-se, que Pedro lhe dera um pontapé, razão da doença. A cena, presenciada pelo agente austríaco [refere-se ao embaixador austríaco, Filipe Leopoldo Wenzel, Barão de Mareschal], consistiu em palavras desatinadas. O certo é que não faltaram motivos a Leopoldina para a perturbação da gravidez, a cujo malogro sucumbiu."[10]
Leopoldina há meses encontrava-se em grave processo de depressão e na 12ª semana de gravidez, teve a saúde profundamente abalada. Em sua última carta à irmã Maria Luísa, ditada à marquesa de Aguiar, menciona um "terrível atentado" que sofrera pelas mãos de seu marido na presença da amante:
Cortejo fúnebre da Imperatriz Da. Leopoldina, por Debret.
São Cristóvão, 8 de dezembro de 1826, às 4 horas da manhã
Minha adorada mana!
Reduzida ao mais deplorável estado de saúde e tendo chegado ao último ponto de minha vida em meio dos maiores sofrimentos, terei também a desgraça de não poder eu mesma explicar-te todos aqueles sentimentos que há tanto tempo existiam impressos na minha alma. Minha mana! Não tornarei a vê-la! Não poderei outra vez repetir que te amava, que te adorava! Pois, já que não posso ter esta tão inocente satisfação igual a outras muitas que não me são permitidas, ouve o grito de uma vítima que de tu reclama - não vingança - mas piedade, e socorro do fraternal afeto para meus inocentes filhos, que orfãos vão ficar, em poder de si mesmos ou das pessoas que foram autores das minhas desgraças, reduzindo-me ao estado em que me acho, de ser obrigada a servir-me de intérprete para fazer chegar até tu os últimos rogos da minha aflita alma. A Marquesa de Aguiar, de quem bem conheceis o zelo e o amor verdadeiro que por mim tem, como repetidas vezes te escrevi, essa única amiga que tenho é quem lhe escreve em meu lugar.
Há quase quatro anos, minha adorada mana, como a ti tenho escrito, por amor de um monstro sedutor me vejo reduzida ao estado da maior escravidão e totalmente esquecida pelo meu adorado Pedro. Ultimamente, acabou de dar-me a última prova de seu total esquecimento a meu respeito, maltratando-me na presença daquela mesma que é a causa de todas as minhas desgraças. Muito e muito tinha a dizer-te, mas faltam-me forças para me lembrar de tão horroroso atentado que será sem dúvida a causa da minha morte. Cadolino, que por ti me foi recomendado, e que me tem dado todas as provas da maior subordinação e fidelidade, é quem fica encarregado de entregar-te a presente, e declarar-te o que por muitos motivos não posso confiar a este papel. Tendo ele todas as informações que são precisas sobre este artigo, nada mais tenho a acrescentar, confiando inteiramente na sua probidade, honra e fidelidade.
Faltaria ao meu dever se, além de ter declarado ao Marechal e a Cadolino que tenho dívidas contratadas (ou contraídas?) para sustentar os pobres, que de mim reclamarão algum socorro, e para as minhas despesas particulares, não dissesse a ti que o Flach, de quem tenho muitas vezes escrito, é digno de toda tua consideração e de meu Augusto Pai, a quem peço-te remeter a inclusa.
Este virtuoso amigo, além de ter se sacrificado e comprometido a si mesmo e seus negócios para me servir, não desprezou meio algum para me procurar socorros. Peço-te por quanto tens de mais sagrado de lhe prestares todo o auxílio, de modo que ele possa satisfazer aquelas dívidas que por mim tem contraído. Recomendo este exemplo da mais virtuosa amizade. Cadolino te dirá qual foi o procedimento de Marechal para comigo. A Marquesa de Aguiar fica encarregada de dar a ti os mais miúdos detalhes sobre quanto diz respeito às minhas queridas filhas. Ah, minhas queridas filhas! Que será delas depois da minha morte? É a ela que entreguei a sua educação até que o meu Pedro, o meu querido Pedro não disponha o contrário. Adeus minha adorada mana.
Permita o Ente Supremo que eu possa escrever-te ainda outra vez, pois que será o final do meu restabelecimento.
 fonte Wikipédia

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